(Direcionado a profissionais de saúde)
Por Lourdes Sola
Ao se avaliar um candidato à Cirurgia Bariátrica, muitas questões devem ser levadas em consideração:
* Como é a saúde mental deste paciente; se ele já é um adulto e também o histórico familiar, se for jovem (o adulto tem menos probabilidade de desenvolver um quadro psiquiátrico que um jovem).
Por que a saúde mental? Porque é uma intervenção que trás muitas mudanças na vida de uma pessoa. Ela vai sofrer mudanças não só comportamentais e psicológicas, mas também neuroquímicas. Um simples exemplo; alguns alimentos colaboram na produção da serotonina. A glicose (alimento das células cerebrais) colabora com o funcionamento do sistema límbico, que é relacionado às emoções, a tomada de decisões e uma série de outros eventos.
* Se o paciente não apresenta histórico transtorno Bipolar, Esquizofrenia, Transtorno de Personalidade – principalmente o Borderline – ou Transtorno do Controle do Impulso e não é usuário de qualquer Substância Psicoativa, ele pode ser um candidato com um bom prognóstico.
* Qual a relação desta pessoa com a comida.
* Se comer é o evento mais reforçador que esta pessoa tem, vai ficar difícil sofrer restrição alimentar. Ele sofre porque é gordo mas tem o prazer da comida. Aí ele se livra do que é ruim mas junto vai o que era super reforçador. Ele pode deprimir por ausência do que era reforçador.
*Que tentativas consistentes no sentido de reeducação alimentar já fez.
* O quanto de apoio social e familiar esta pessoa tem.
* Queconhecimento o paciente tem sobre o processo de intervenção cirúrgica e suas implicações, além de participação em palestras e contato com pessoas que já tenham realizado a cirurgia.
* Se demonstra expectativas realistas em relação ao procedimento.
Concluindo, após toda esta análise, é importante que o candidato a tal processo cirúrgico não fique só na avaliação e sim, tenha um acompanhamento psicológico no pós cirúrgico até que se sinta confortável na sua nova roupagem.